quarta-feira, 16 de junho de 2010

Bincando de Falar

Linguagem oral com poesias



Foto: Paulo Cansini/Ilustração: Mariana Coan
                                                        Foto: Paulo Cansini/Ilustração: Mariana Coan

A poesia é um ótimo recurso para aumentar o universo cultural das crianças e desenvolver a oralidde mesmo que elas ainda não saibam ler. 

"Poesia é descoberta das coisas que eu nunca vi." A definição do escritor brasileiro Oswald de Andrade (1890-1954) se encaixa perfeitamente no que os textos do gênero podem representar para os pequenos que estão descobrindo as possibilidades da linguagem e da oralidade. Organizar frequentemente leitura de versos em voz alta para os alunos e ensiná-los a recitar é uma maneira de propiciar a ampliação do universo discursivo deles. O contato estabelecido pelos alunos com o material poético pode ocorrer desde cedo: eles se relacionam com poemas ao se movimentar no ritmo de uma canção, por exemplo. Afinal, um poema acompanhado de instrumentos é música. E eles mesmos têm seus momentos poéticos, quando brincam de rimar com elementos do cotidiano, como "O pincel caiu em cima do pastel cheio de mel". 

Mas isso não quer dizer que um trabalho bem feito na Educação Infantil possa dispensar muita pesquisa e estudo. O primeiro passo é definir o que vai ser lido. As escolhas têm de despertar a curiosidade das crianças pela sonoridade, entre outras coisas. Outro ponto importante é a dedicação aos textos antes de apresentá-los ao grupo. Leia o material várias vezes para compreender o tema e ensaie a leitura em voz alta, conferindo ritmo e entonação.  Para desenvolver a oralidade, também vale usar as adivinhas, como "O que é, o que é, quanto mais curto for, mais rápido é?" (o tempo). Breves e simples, são de fácil memorização. Parlendas, como "amanhã é domingo, pede cachimbo...", costumam apresentar frases na ordem direta, o que facilita a repetição também. Já os trava-línguas são interessantes por serem complicados: os pequenos não resistem ao desafio de dizer, por exemplo, "O rato rasgou a roupa do rei de Roma" corretamente e, à medida que vão acertando, acelerarem o ritmo da pronúncia.

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Fonte: Revista Nova Escola - Edição 233 | Junho/Julho 2010

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